O patrimônio cultural sempre foi valorizado sob seu aspecto material, a exemplo dos monumentos, igrejas, centros históricos, obras, objetos, enfim, bens tangíveis que apresentam características históricas, artísticas, paisagísticas, arqueológicas e/ou arquitetônicas. O patrimônio cultural em sua dimensão imaterial, representado pelas manifestações culturais, pelos usos e costumes de um povo, pela comida, pelos modos de criar, de fazer, de ser e de viver, entre outras manifestações culturais, foi por muito tempo esquecido, não sendo objeto da tutela estatal. A Constituição Federal de 1988 inovou ao prever a proteção do patrimônio cultural em suas diversas dimensões, inclusive a imaterial, de modo que fossem utilizados instrumentos como o inventário, o registro, a vigilância, o acervo, o tombamento e a desapropriação, dentre outros. Ainda por este viés, a Carta Maior trouxe uma visão ampliada do patrimônio cultural, e com ela, a necessidade de entendê-lo a partir dos processos culturais que regem as relações sociais humanas e que são constantemente (re)criados, baseados nas ideias de dinamicidade e fluidez, iniciando um novo processo no tratamento do patrimônio cultural. Assim, o RECÔNVESUL propõe-se a analisar a noção tradicional de patrimônio cultural do Recôncavo e Baixo Sul Baiano, em suas diversas manifestações trazidas e (re)criadas pelos africanos e indígenas, seu surgimento no seio do mundo ocidental e as características decorrentes do contexto histórico em que se desenvolveram. Nesse sentido, para as análises nas dimensões material e imaterial do patrimônio cultural para a efetivação de uma preservação eficaz, o RECÔNVESUL, a partir de pequenos grupos desdobra-se em pequenos grupos para a realização das pesquisas de cunho etnográfico, com levantamento de dados sobre a diversidade cultura/patrimônio Material e Imaterial das cidades do Recôncavo e Baixo-sul Baiano, com a forte pretensa de organizar um acervo na Universidade do estado da Bahia – UNEB/Campus XV e proporcionar um espaço para que os/as estudantes de Pedagogia e de Direito do DEDC XV, possam ter contato com as diversidades culturais, promovendo diversos projetos de extensão. Para os estudantes de Direito, o nosso objetivo é refletir sobre as Leis que regem a educação, o patrimônio e garantem a promoção da igualdade; aos estudantes de Pedagogia, nosso objetivo é compreender como na história da educação brasileira, a ausência de uma reflexão sobre fortalecimento da identidade, valorização da cultura para as relações raciais no planejamento escolar tem impedido a promoção de relações interpessoais respeitáveis e igualitárias entre os agentes sociais que integram o cotidiano da escola.